terça-feira, 12 de abril de 2011


Test-ride: Ducati Multistrada 1200
é quatro motos em uma só

Motor com dois cilindros em V tem 150 cv e quatro modos de atuação 

 Big-trail dispensa a chave para ligar o motor. Basta subir na moto com o módulo eletrônico no bolso e acionar o botão

 Os belos traços do design italiano não deixam dúvidas. A Multistrada 1200 é uma Ducati diferente das outras. Com um conjunto óptico com dois faróis pontiagudos, uma protuberante entrada de ar dupla, para-brisa, protetores de mão e porte imponente, a Multistrada deixa clara sua proposta aventureira. Não se trata apenas de uma evolução do modelo de 1100 cc, mas sim de uma verdadeira big-trail italiana.

Apresentada na Itália em 2009 como uma aposta ousada da Ducati para entrar no segmento, a Multistrada 1200 desembarcou no Brasil no final do ano passado. Com muita tecnologia, baixo peso e um potente motor de dois cilindros em L, neste novo modelo a versatilidade vai além do nome.


Tecnologia

Recheada de tecnologia, a Multistrada 1200 não deve em nada a suas concorrentes. Suas inovações começam no momento de dar partida: não é preciso girar a chave. Basta subir na moto com o módulo eletrônico no bolso da jaqueta e acionar o botão. Na verdade, trata-se de um sensor de presença, que traz embutida uma chave usada apenas para abrir o tanque de combustível e retirar o banco.

Uma grande tela de cristal líquido se acende e um pequeno display redondo ao lado, que funciona como computador de bordo, já traz outra novidade (e talvez a mais interessante): os quatro modos de pilotagem Sport, Touring, Urban e Enduro. Mais do que um argumento de vendas, os quatro modos realmente transformam a Multistrada em quatro motos diferentes reunidas em apenas uma.

A opção Sport (esportiva) libera todos os 150 cavalos de potência máxima do motor Testastretta II com dois cilindros em V a 90° (que lembram a letra L), 1198,4 cm³ de capacidade e refrigeração líquida. Faz também com que as respostas ao acelerador sejam mais instantâneas.

Derivado das motos superesportivas da marca, o propulsor é o mais potente entre as concorrentes big-trails. No modo Touring (turismo), o piloto tem a disposição a mesma potência, porém com uma resposta mais suave – escolha ideal e confortável para longas viagens.

Mas a grande surpresa vem mesmo ao se optar pelos modos Urban (urbano) e Enduro (fora-de-estrada). Nessas opções a potência é limitada a 65% e chega ao máximo de 100 cv. Ideal para rodar na cidade com tranquilidade ou enfrentar uma estrada de terra – afinal nessas situações é realmente difícil domar a potência do motor italiano.

Mas, além disso, os modos de pilotagem influenciam nos níveis de atuação do controle de tração, que é de série na Multistrada. Quando se opta por Sport ou Touring, o controle de tração atua quase que instantaneamente caso o piloto exagere no acelerador, evitando derrapagens em curvas ou pisos escorregadios.

No modo Urban a atuação é ainda maior, garantindo segurança no uso urbano. Já no modo Enduro, o Ducati Traction Control (DTC) funciona de forma mais tardia, permitindo divertidas escapadas de traseira na terra, destacando sua versatilidade.

Aliás, para rodar na terra, é praticamente obrigatório acionar a opção Enduro. Caso contrário, o DTC atua a todo o momento, cortando a ignição e a alimentação por injeção eletrônica. A Multistrada 1200 está disponível ainda na versão S com suspensões Öhlins eletronicamente ajustáveis, em que os modos de pilotagem influenciam também no retorno e na compressão do sistema.

Completa o pacote tecnológico um computador de bordo com cronômetro, consumo instantâneo e médio, autonomia, velocidade média e a possibilidade de se desligar completamente o controle de tração e os freios ABS (este item opcional).


 Piloto pode escolher entre quatro modos de condução: Sport, Touring, Urban e Enduro

 Ciclística

Com o tradicional quadro de treliça em aço, a Multistrada 1200 testada trazia, entretanto, garfo telescópico invertido Marzocchi ajustável manualmente, na dianteira; e um monoamortecedor Sachs com um prático ajuste na précarga da mola fixado por links no monobraço traseiro em alumínio. Ambas têm excelentes 170 mm de curso – o suficiente para ignorar buracos e imperfeições no piso.

O conjunto ciclístico com rodas de liga-leve de 17 polegadas calçadas com pneus de uso misto faz da Multistrada uma motocicleta bastante versátil. Quando selecionado o modo Sport, essa Ducati e seu motor que gosta de girar alto – os 150 cv chegam a 9.250 rpm – devora uma estrada sinuosa e asfaltada como uma verdadeira superesportiva.

No quesito freios, a unidade avaliada era equipada com um excelente sistema antitravamento (ABS). Apesar de opcional, o ABS é essencial para que as pinças de freio Brembo montadas radialmente na dianteira mordam os dois discos de 320 mm e parem a moto com segurança – na traseira, há um disco simples com pinça de dois pistões. Além de eficientes, são ajudados pelo baixo peso da Multistrada 1200. São 189 kg a seco e 217 kg em ordem de marcha – só como comparação a BMW R 1200 GS roda com 229 kg e a recém-lançada Yamaha XT1200Z Super Ténéré pesa 261 kg em ordem de marcha.


Italiana aventureira

Para fazer jus a sua proposta aventureira, a Ducati dotou a Multistrada de um tanque com capacidade para 20 litros – e com o consumo médio de 16,8 km/litro indicado pelo computador de bordo a autonomia supera os 300 km. Outro item bastante útil para encarar longas viagens é o para-brisa ajustável manualmente sem a necessidade de ferramentas. Basta desenroscar duas borboletas e subi-lo cerca de 5 centímetros. Sua proteção aerodinâmica é razoável, apenas meus ombros eram atingidos pelo vento em altas velocidades. Mas como meço 1,71 m, pilotos mais altos podem ser incomodados – para resolver o problema há um para-brisa maior como acessório vendido à parte.

Mas protegido pela bolha, rodei confortavelmente por quase 300 km sem cansar, confortavelmente acomodado no espaçoso e macio banco em dois níveis. Com o guidão largo e pedaleiras bem posicionadas, os joelhos não ficam muito dobrados e a posição é típica das big-trails - ereta e de braços abertos. Ideal, na minha opinião, para longas viagens.

 Moto italiana tem preço inicial de R$ 62,9 mil, mas versão testada com ABS sai por R$ 69,9 mil

Conclusão

Depois de rodar mais de 500 km com essa big-trail por rodovias retas, serras asfaltadas e estradas de terra, entendi porque a Multistrada 1200 tem sido um fenômeno de vendas da fábrica de Borgo Panigale. No ano passado foram vendidas mais de 8.000 unidades em todo o mundo, o que significa que cerca de uma em cada quatro motos Ducati emplacadas eram Multistrada 1200 - e o modelo começou a ser comercializado em abril de 2010.

Além de um design muito belo e diferenciado, a Multistrada combina as qualidades de uma big-trail com a precisão da ciclística Ducati e a esportividade do motor de 150 cavalos, o mais potente da categoria. Com preço sugerido a partir de R$ 62,9 mil – a versão testada com ABS sai por R$ 69,9 mil – o modelo italiano é uma excelente opção para quem quer uma moto versátil, recheada de tecnologia e pronta para longas viagens.

Briga de moto grande

Lançada para abocanhar uma fatia do segmento big-trail, que não para de crescer em todo o mundo, a Multistrada 1200 chega para enfrentar adversárias consagradas com custo competitivo. Com preço sugerido a partir dos já citados R$ 62,9 mil, o modelo conta com uma versão mais equipada, a 1200 S Touring com suspensões eletrônicas, malas laterais, aquecedor de manoplas e cavalete central que fazem o valor atingir R$ 88,9 mil.

Sua principal concorrente, e líder no segmento, é a BMW R 1200 GS, vendida a partir de R$ 59,9 mil, mas podendo chegar a R$ 91,2 mil na versão topo de linha, chamada de Adventure Premium e com muita tecnologia, malas laterais e tudo a que você tem direito. No mês de março, a Yamaha XT 1200Z Ténéré também desembarcou por aqui, acirrando ainda mais a disputa. Vendida a R$ 59,8 mil, a Super Ténéré traz, por esse preço, freios ABS e controle de tração. Uma briga de moto grande, literalmente.

 Topo de linha, 1200 S Touring, com suspensões eletrônicas e malas laterais custa R$ 88,9 mil
 

  

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